quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Boba, bobinha

Boba!
Esperava o que?
Nem tinha pelo que esperar...
Tinha sonhos bobos,
Esperanças de quem espera
um barco que não vai passar.
Mas ela é boba,
Não aprende nunca!
Deixa que levem seu coração
E esqueçam de devolver.
Ela sabe onde deixa o coração,
Mas é boba e não o busca de volta.
Sem coração, ela segue boba.
Imaginando o que não existe,
Deixando um mundo de ilusão
A dominar por completo.
O mundo é dos espertos;
Ela, que é boba, fica para trás.
Ela vive em seu mundinho
E ninguém entra lá.
Ela até queria,
Mas é boba
E todos fogem dela.
Boba, sentada na janela,
Cantarolando uma canção,
Escrevendo seus poemas
E acreditando em ilusões.
Não poderia ser mais boba!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

8 de setembro


Há alguns anos atrás eu gostava do 7 de setembro, tinha orgulho de desfilar, sacudir a bandeira, mostrar que sou brasileira e defender meu país, hoje não tenho mais. Não tenho o que comemorar, não acredito na nossa nação. Tenho vergonha dos nossos governantes, vergonha do resultado das pesquisas de intenção de voto para as eleições que se aproximam, tenho vergonha da população que apaticamente assiste ao que acontece e se cala. Disseram-me, dia desses, que eu já estaria presa se falasse esse tipo de coisa que agora falo. E falo. Sei disso, mas enquanto puder falar e prestar minha opinião, para de alguma forma mostrar que não estou feliz e que quero, sim, mudar, assim farei. Tenho medo que em breve teremos que, novamente, nos calar. Tenho medo do que o voto obrigatório pode fazer.
Quero, daqui a alguns anos, dizer que mudei de opinião, quero balançar a bandeira do meu país e dizer que tenho orgulho do Brasil, mas hoje não posso fazer isso. Espero pelo 20 de setembro para fazer tudo isso e cantar alto nosso hino. Mas espero também que as pesquisas estejam erradas.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Eu quero um pouco mais de calor...


Normalmente não tenho problemas com as estações, o que não quer dizer que eu gosto de frio, eu adoro o calor! Mas sei tirar proveito de cada estação e viver bem em qualquer uma delas. Mas confesso que a aproximação da primavera me anima muito! Dias ensolarados e quentes me fazem bem, independente do meu humor.
Mas quando falo de calor e do calor que eu quero, não é só o calor/temperatura e sim o calor humano. Nem sei se usar a expressão "humano" nessas circunstâncias é certo, já não sei se o ser humano é mesmo uma criatura calorosa ou se criamos isso para valorizar nossa espécie. Sim, porque o humano mata sem precisar, odeia sem causa, briga por qualquer coisa, mesmo que distante dele. Mas, como falei, não sei se isso é somente do homem, talvez outros seres também o façam. De qualquer forma, eu desaprovo.
Quero calor, quero sorrisos, quero a verdade. Acredito que tudo isso é possível sim, mas somente quando estivermos certos de que podemos viver com isso. Viver quente, feliz e certo de nossas convicções não é fácil, precisamos enfrentar o comodismo que ataca a tantos ao nosso redor. E mais, temos ainda que manter nossa posição, se acreditamos nela, e mostrar como é possível viver diferente, mais positivamente.
Não controlamos o mundo ao nosso redor, mas atraímos o que emanamos, então vale sim a pena gritar para sermos ouvidos, ir contra o mesmismo, mostrando como é bom não só existir, mas pensar e contribuir para o avanço do que queremos.
Quero calor sim, quero calor nas opiniões, quero calor nas relações, quero calor nos debates, calor nas casas, nos abraços, nos bares, nos rostos das pessoas que passarem por mim. E, claro, no termômetro também.

Até breve, até um dia quente qualquer.