quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Vista estreita numa parede longa



Em meio ao caos,

A arte vem como um suspiro da realidade

O que é real provoca ao clamar por atenção

Vemos muito, vemos quase tudo,

mas há poeira

e nossos olhos marejados não conseguem entender

Interpretamos a imagem, mas falta luz

Lemos a placa, mas não conhecemos a língua

Conversamos, mas somos mudos para muitos

Não precisamos de redes, precisamos de praças

Não queremos fóruns, queremos auditórios

Não mais fotografias, mais presença

O mundo não espera por nós, ele cresce

Nós observamos

mas não acompanhamos

O medo nos tranca o portão

coloca cadeado e tudo

Somos hackers de computador,

mas quando o assunto é coração, mal sabemos a senha

Pedimos mais

o mundo nos dá

Precisamos aprender a ver

Precisamos  de escolas do sentir

O cotidiano não vem com manual

mas o mundo cobra resultados

afastando a realidade

e nos mostrando o que não queremos ver

Paremos.

Deixemos o ar entrar pela janela

Levar nossas frustrações

E deixar somente o brilho nos olhos

Que esses buscarão o caminho

Livre de medo, livre dos outros,

mais próximos de nós mesmos e de nossos irmãos.



Com mais liberdade, um abraço e até breve!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Quero uma poesia que rasgue
Que arranque as tripas e as faça coração
E deixe-as jogadas no chão
pulsando,
vermelhas,
vibrantes.
Quero um  poema que sangre o meu amado
Que faça ele finalmente ver
E entender sem legenda
O que em tantas línguas eu falei
Quero, amor, que doa fundo
somente pelo fato de ser  verdade
Pois a verdade dói mais que o amor
O amor é de verdade
Quem ama está aos pedaços
E o que sobrou de quem ama ainda sorri ao sangrar
Finalmente um amor de verdade
E não de plástico.

Um brinde à verdade e ao amor, por que não?! Um abraço e até mais!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Não mexe com a bruxa!



Não mexe com a bruxa!
A bruxa perdeu o seu gato preto.
Hoje nem os morcegos vão voar
Vassoura num canto
Sequer o canto da coruja se ouve
Só murmúrios
A bruxa chora a falta
E os fantasmas se comovem
Lençóis brancos encharcados de chorar
Hoje é luto.
Tudo é preto
Como o gato que se foi
Até a lua entende isso
E perdoa a bruxa,
que não voará hoje ao luar
A natureza sente
E o vento acaricia a face de bruxa
Que a chuva leve o gato preto
Pois um dia ele volta pra bruxa
Que o espera com o caldeirão a ferver
Vai gato, volta pra casa
E depois vem contar pra bruxa
como é o lado de lá
A bruxa, que tudo sabe, sorri
E aguarda paciente seu gato voltar.
Adeus gato preto da bruxa!
Até logo!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Leve como ontem





Leve como pluma
Leve
Deixe
Pese
Ou flutua
O amor mexe
E a gente se perde...
Mexe com a alma
Que pesa de tanto sentir
Mexe com o corpo
Que flutua sem pensar
Mexe com as mãos
Que procuram o amado
Mexe com os olhos
Que, como todos os outros sentidos,
se reviram
Numa viagem rápida,
Sem volta prevista
O amor paga a passagem
E nos embarca
E embriaga
Um drink, dois
Mais cinco
E no 8 eu faço o infinito virar
Se segura no amor
E vai
Deixa ele te embalar
Solta,
Que ele te busca.
Prende,
E ele te leva longe.
Flutua, queima,
Cobre com gelo
E assopra no final.
O amor é ferida
E cura
É a resposta para uma pergunta
que nunca chegamos a fazer
O que é amor mesmo?


Assim mesmo, um abraço e até breve!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Abraços em calda de chocolate

 
       Nos encontramos em meio a um paradigma; estamos discutindo ideias filosóficas e de aplicabilidade social num ambiente virtual. Para mim essa situação é bastante complicada. Somos atropelados diariamente por um caminhão de informações e temos que saber nos recuperar desses acidentes, recolher a carga a ser absorvida e continuar vivendo, mais do que isso, criar nossas concepções de mundo e opinar sobre tudo; na faculdade, no trabalho, em casa, com os amigos, família, todos exigem nossa participação, mas nós mesmos não sabemos ao certo quem somos ou para onde estamos nos dirigindo.
       É certo que a informação corre mais facilmente com o mundo virtual, mas algo deixa de ser compreendido nesse meio. Penso que a tela confunde nossos olhos e a lágrima que deveria hidratar nossa visão seca pois a luz exagerada do computador nos impede de chorar. Mas aí me contradigo; eu não estava fazendo uma crítica ao exagero de informações do meio digital?! Estou num blog! Alou?! Mas vivemos nesse mundo e não há mais modos de fugir. É um meio de fácil troca de informações e de busca por conhecimento. Ocorre que não é o único, ainda precisamos do contato físico, do olhar, do ouvir de vozes, ainda precisamos perceber e receber a verdade do olhar do outro. Essa é a maneira mais certa de captar informação, olho no olho, várias vozes ao mesmo tempo e não “tec-tecs” de teclado. Pode me chamar de cafona, mas ainda acredito em encontros e na necessidade do pessoal. Por isso, se quem aqui lê, me conhece, peço que me ligue, me faça uma visita, olhe para mim e espere uma resposta, certamente eu terei algo a dizer, nem que seja “me mande um e-mail!”.
 
Sobre a imagem: sim, eu já fiz essa campanha. Abraços Grátis é algo maravilhoso, não importa se é conhecido, cheiroso, alto ou careca; abraçar é captar a pessoa, é sentir de verdade, é transmitir energia e receber carinho. E de graça ainda! Computador nenhum faz isso!


Um abraço e até breve!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Poema & Poema


O poema seguinte espera algo
Esse aqui escreve
O poema seguinte não sabe o que quer
Esse aqui quer dizer algo
O poema seguinte é duvidoso
Esse poema é certo
O poema que segue só segue porque busca algo
Esse poema já encontrou seu escritor
O próximo poema não sabe de quem será
Esse poema já tem dono;
O universo é dele
O poema seguinte não conhece a estrada,
Ele é novo
Esse aqui já percorreu muito
O poema que vem não conhece o tempo
Esse poema veio com a chuva
O próximo poema pode falar de amor
Esse poema já chorou tudo que tinha pra chorar
O poema que vem, vem feliz
Esse aqui sorri porque sabe das coisas
O poema seguinte pergunta
Esse poema responde com certeza
O poema que segue espera
Esse poema dirige seu destino
O poema seguinte vai viajar
Esse poema descansa na varanda de casa
O próximo poema corre pra descobrir
Esse poema respira e entende
O poema seguinte pertence ao amanhã
E só amanhã ele fará sentido
Esse poema aqui sabe que ele pertence ao passado
Sua história é essa
E já foi contada.
Amanhã será a vez do próximo poema.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Encontro


Eu viro,
Disfarço,
Mas já ouço o destino chamar
Entendi o que devo fazer
Mas olhei para o alto e assoviei
Fiquei parada
Parada como há tempo estou
E assim fico o quanto puder.
Mão no bolso,
Acho um bilhete
Uma passagem antiga
O destino me agrada
Talvez eu pegue novamente esse ônibus
É quando eu ouço a canção certa
Até o destino esquece de mim ao ouvir
Certas canções enganam até o tempo
A poesia tem disso
Não tem tempo,
Não tem rédea
Acontece e ninguém segura
Até parece amor!
Eu aproveito e fujo
Deixa o destino esperar por mim
Quando a música acabar estarei longe
E ele, perdido.
Mais uma vez escapei do destino
Não sei quantas vezes mais escapo.
Enquanto puder, disfarço
Não me entrego ainda não
Não conheço meu destino
E nem quero conhecer
Um dia paro e conversamos
Agora vou tomar um ar (num bar)
longe daqui.


(A imagem faz referência a Salvador Dali, é uma cena da animação "Destino", de 2003, que utiliza a obra de Salvador Dali e John Hench. Fica aqui minha lembrança a Dali, que daqui ou dali também enganava o destino.)

Um abraço e até breve!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Viajando aos passos

Ainda não conhecemos formas de viajar no tempo, a não ser através da memória. Assim, ontem, viajando, encontrei esse poema. Ele foi escrito há algum tempo, alguns anos já, mas é atual como se tivesse sido escrito ontem mesmo. E talvez tenha mesmo sido escrito.


Mais um passo


Se ao procurarmos o belo

Vemos o intrincado

Se ao buscarmos a harmonia

É a melancolia que nos invade

E, por fim, se quisermos a companhia

E tivermos a solidão,

Aceitemos nosso destino.

É a partir do caos que se dá a ordem

E viver no caos pode ser motivador

Não achamos a solução sem saber do problema

Ao ordenar o caos, acharemos nosso mundo.

Mais um passo

e deixamos de temer o escuro

Mais um passo

e abrimos o portal selado

Mais um passo

e a quietude nos conforta.

O que é da luz para a luz.

O que é da noite para a noite.

O que é do homem para o próprio.

O que é divino para mim.

No universo tudo é próximo,

O homem que criou as distâncias.

Diferenças até existem,

Mas dependem da vista que o homem tem do ponto.

É hora da cura,

A doença dominou o mundo.

Se os fins justificam os meios

São as frações que nos completam.

Símbolos perdidos,

Mensagens cifradas,

O homem sempre tentou esconder-se

Ocultar sua face do medo

Do medo da dificuldade,

Do medo da melancolia,

E mais ainda da solidão.

Mas é quando a luz abre seus olhos,

Que o homem sente.

Então se esquece dos medos.

Ao sentir, ele se enche de sabedoria.

Mais um passo

E a caminhada continua.



Um abraço, como ontem, como hoje e como poderá ser amanhã ou totalmente diferente, enfim, até breve!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

A luz do Rock n' Roll



Que hoje e sempre o Rock n' Roll ilumine nossos caminhos. E nos faça sentir cada pulso, cada respirar, cada toque da bateria, todas as notas da guitarra e assim possamos viver mais harmoniosamente, sincronizados com as canções e buscando respostas para o que ainda não compreendemos.
A arte nos salvará, com o Rock n' roll abrindo caminho em meio às almas perdidas que são seus filhos. Filhos que tocam para se conectar ao Cosmos e ouvem atentos seus hinos sabendo que eles nos levarão longe ainda.
Vida longa ao Rock n' Roll, conselheiro de tantas horas!
Feliz Dia do Rock!
Um brinde!

Abraço forte e até breve roqueiros!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Starry Night



Falando em sinceridade ontem (e sempre, nas entrelinhas) eu discutia com uma amiga sobre ser sincero e o preço que se paga por isso. A facilidade de se enganar é gritante, mas temos que ao menos saber do preço de se viver de verdade. Particularmente acho que a facilidade possui um traço de falsidade. Prefiro distância. É um risco que se assume ao abraçar a sinceridade, nem todos podem pagar ainda. Antigamente para tapar buracos em obras esculpidas em, principalmente, mármore era utilizada cera, assim se deu a origem da palavra sinceridade, sem cera é de verdade, com cera a obra é falsa ou falha. Concordo, não poderia ser mais real, sentimentos com cera até enganam por algum tempo, mas a cera derrete e o tempo mostra as falhas. A cera tapa os buracos por um motivo e se nossa tristeza interior for infinita a única saída é tirar toda essa farsa e viver de verdade com a tristeza ao nosso lado saboreando o que a vida pode trazer. Talvez ela amenize esse buraco que temos no peito ou realce, mas o sabor da verdade é tentador e certamente o mais marcante de todos. Não há vitória, amor, alegria ou realização que se compare a uma verdade admitida. A verdade nos salva, por isso tirar a cera, “sin cera” é mais gratificante de se viver.  
E pra alegrar os olhos, uma das minhas telas favoritas de Van Gogh, “Starry Night”. Van Gogh em suas obras apelava para as cores e sabia que delas poderia extrair sensações das pessoas, isso me soa muito de verdade. Além do mais, quer algo mais sincero que a vista das estrelas? Ok, as estrelas em si podem ser "falsas" aos olhos distantes, mas a sensação, o ato de olhar as estrelas é extremamente sincero. As estrelas devem derreter a cera quando olhamos pra elas.
A cera não precisa tapar os buracos, na verdadeira obra, as falhas são parte importantíssima, é o que mostra o real, o imperfeito. Um brinde à verdade, doa a quem doer.

Um abraço (sem cera) e até breve!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O engano da certeza


Nada como uma certeza para nos enganar

Tomar juízo nunca foi meu forte

Sempre preferi o rum.

Sabe como é...

Se eu tomar juízo terei certeza do que faço,

Se eu tomar um porre

me encho de dúvidas

junto com a ressaca do outro dia.

Se a certeza me toma

sei que errei em algum lugar

E voltar para descobrir seria pior

Vamos deixar a dúvida cuidar disso!

Dose dupla de vodka!

Hoje eu não tomo jeito!

De volta ao mundo real?

Se eu puder, não quero não!

Por mim eu ficava longe

Longe,

onde só o que eu sei importa.

Não é a aparência,

não é a beleza,

nem o sorriso.

É o momento.

Em cada momento, longe, cabe mais.

Não aposto na certeza,

Eu aposto na distância.

A saudade é que dosa a vodka.

Quanto mais, mais eu crio.

E me complico.

Mas não explico.

Pulo o poema,

viro a página.

Minha poesia mais me entrega do que me salva.

Mas eu me entrego

Não fujo não.

Diga agora minha pena!

Que pena, eu não ligo pra isso!

É aí que eu sigo,

Sem rima, sem rumo, sem fogo

Aposto no que a distância me traz.

A estrela torta da noite

O traço não coordena
E não fecha a estrela
Deve ser o céu nublado
Ou o frio que me impede de abrir a janela
A noite segue injusta
Frio nos pés
Frio nas mãos
E mais no coração.
Traço torto
Entorta tudo.
Ideias que seguem uma linha imaginária
A linha não é torta,
a linha sequer existe.
Linha que tricota e borda
Não pinta,
só borda.
Às margens de algo inimaginável.
Imaginem o azul,
numa noite sem estrelas,
Fria.
Estupidamente escura e fria.
Congelando planos,
atos e desatinos,
nunca as ideias
Que, loucas, surgem em poemas soltos
Presos pela linha que não existe.
Uma costura de ideias vãs
Perdidas numa noite solitária
É a velha solidão que me acompanha
Há anos é a solidão que lê os meus poemas
Lê e compõe em co-autoria
Eu tenho o traço torto
A solidão pega em minha mão
e escreve
Acariciando meus pensares
com sua frieza tentadora.
Ó doce solidão, não me abandone nunca mais!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Dia de geologar

Primeiramente, Feliz Dia do Geólogo!
É com muito orgulho que me junto a esse grupo de pessoas e paro para pensar o mundo de uma forma diferente.
O que mais me encanta na geologia, além de todo o conhecimento, claro, é possibilidade de olhar para algo e ver muito mais. E isso pra tudo, aprendemos que uma parede de arenito não é somente um amontoado qualquer de sedimentos, mas sim todo um ambiente deposicional gerado há milhões de anos, mas também entendemos que um olhar pode significar muito mais e um sorriso pode curar uma alma. O tempo torna-se relativo, a passagem dele é mais lenta, ou mais rápida, conforme o fluxo, e pensando nisso, nos tornamos parte da Terra, nos sentimos exatamente como grãos de areia sendo transportados. Acontece que queremos entender esse transporte e a posterior deposição, assim como possíveis retrabalhamentos. Toda a história interessa.
Percebo que geólogos têm uma percepção aguçada, se isso funciona pra rocha, imagina pra pessoas. Claro, pessoas são infinitamente mais complicadas, rochas têm prazer em te contar os segredos, mas elas não gritam pra isso, nem te cutucam e não correm querendo jogar as verdades em ti, elas são sutis, mesmo assim encantam.
Amamos as rochas, amamos o planeta em que vivemos e amamos a possibilidade de entender, ao menos um pouco, dele. É um orgulho ser um estudioso da Terra. Como filhos, humildemente agradecemos, no nosso dia, por estarmos aqui.
Feliz Dia do Geólogo!

Forte abraço e até breve!

A foto fala muito, é de Caçapava do Sul/RS (um lugar doido! Muito doido!), nosso segundo lar durante a graduação.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Logo logo passa!

A cada dia que passa
percebo que tudo passa.
Passa por mim
Eu passo.
Passo esse texto a limpo assim que acabar.
Passo por vários rostos
e nenhum me fala.
Passo horas a esperar
E ninguém que me puxe passa
Passam os motivos que eu tinha
Passam as dores que me trouxeram
Passo e não percebo.
Ninguém percebe,
mas eu mudei.
Passei.
Vi, entendi e passei pra próxima etapa.
Passei por muita coisa
Colori algumas,
Brinquei com outras,
nada me passsou ao acaso.
E quando eu disse que não era nada,
Eu menti.
Tudo que passa, marca
Passa com pneu de patrola
E assola minhas memórias todas.
Mas não se assuste!
Pronto!
Passou!
Marcou certamente
Mas pode ser que amanhã eu nem lembre.
Mas você, eu quero que marque.
Marque bem o que eu digo,
Não deixe passar.
Lembre, tudo passa.
E se hoje lembramos sorrindo,
assim como as lágrimas de ontem,
vai passar!
Antes que passe, aproveitemos.
Por isso que eu passo
Passando é que eu entendo.
Mas não conto,
Dessa vez, eu passo!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Sobre a verdade e algo mais...

A verdade é ácida
Então se tu tem tem medo de te queimar
O melhor é criar histórias
E mentir pra si mesmo.
Se por acaso a verdade surge sem avisar
Marca como ferro quente
Ou como tatuagem crua.
O que pode ser bom...
Mas a surpresa sempre assusta
E nem todos arriscam descobrir.
Pois eu quero a verdade
Aquela como chuva fria
caindo no rosto
numa noite de inverno
Pra te despertar!
Pra te deixar atento!
Pra lembrar que está vivo
Que a gripe pode chegar
Só depende de nós
E não só a gripe,
Muito mais.
A verdade traz muito mais
tanto que nem entendemos
A gente não sabe,
Pensa que sabe
E se engana.
Toma café com açúcar
E adoça, enganado, a vida
Que já tem doce demais!
Deixa a verdade doer!
Deixa ela te marcar!
Não é normal viver assim
Normal é se enganar
Viver do óbvio
A verdade não é bonita
Ela não te acaricia no final do dia
Ela não diz que te ama
Ela joga o amor
E se joga nos teus braços!
Ela é mais
Ela mostra mais
Só que nem todos estão prontos pra ver
Sentir é algo restrito
De verdade, sentimento é pra poucos.
É o que eu sinto.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A imagem do dia!



Ok, pode não ser tão cedo assim, mas logo cedo a manhã trouxe boas surpresas, como essa imagem.

Um ótimo dia!
Abraço e até breve!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Para um pré-feriado fica bem bom citar um boêmio.



Maquiavel é um dos escritores mais maquiavélicos (sério?!) e devassos de que se tem registro. E o que torna Maquiavel respeitável é justamente sua imoralidade, vale perder alguns minutos e tentar entrar nessa mente. E pra provar que até os obscenos amam, vai esse golpe de escrita:


Quando um dos melhores amigos de Maquiavel, Vettori, pediu conselhos a respeito de um caso amoroso, Maquiavel foi explícito:

"Lembrando o que as setas do Amor me causaram, sou obrigado a lhe dizer o quanto tenho lidado com ele próprio. De fato, eu o deixo fazer o que ele gosta e o tenho perseguido por colinas e vales, florestas e planícies; descobri que ele me concedeu mais encantos do que eu poderia atormentá-lo para ter. Portanto, tire o arreio, remova o cabresto, feche os olhos e diga: "Vá em frente, Amor, seja meu guia, meu líder; se as coisas acabarem bem, o prazer te pertencerá; se acabarem mal, a culpa é tua, eu sou seu escravo."



Agora, vai saber o que era o tal de "amor" dele. Mas como até hoje ninguém sabe bem ao certo o que é o amor (e tantos se enganam nessa hora!), fica a questão aberta à interpretações, como tudo na vida e como boa parte da obra de Maquiavel e de tantos outros.

Já citei o boêmio da vez, então deixo vocês a sós.
Bom feriado e até breve!

PS: Na foto, retratando o "amor", membros dos Jokers, gangue de Nova York, nos anos 50. Foto de Bruce Davidson.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Assim:

"Pela poesia e através dela, pela música e através dela a alma entrevê os esplendores além da tumba; e quando um belo poema enche os olhos de lágrimas, essas lágrimas não são a prova de um excesso de gozo, mas o testemunho de uma melancolia irritada, de uma postulação dos nervos, de uma natureza exilada no imperfeito e que queria possuir imediatamente nesta terra mesma um paraíso revelado."

Charles Baudelaire

Inspiração para os amigos poetas, músicos, artistas, leitores e pensadores, que compartilham seu mundo comigo e vice-versa!

Forte abraço, até breve!

E para o Dia da Poesia... um poema.



No dia da poesia vai uma pra provocar então. Afinal, não é esse o maior sentido da poesia, incomodar, tirar do sério, mostrar que existem outras realidades e que cada lado da moeda tem suas verdades?!

Na jogada da noite

Vou te acordar no meio da noite,
Vou gritar uma besteira qualquer,
Acender a luz pra dançar às seis da manhã,
Descruzar os braços,
Te despedaçar com meus poemas
E depois disso dormir,
voltar para o Morfeu
e te deixar acordado,
incomodado,
enquanto sonho com alguém
(tu nunca saberás quem)
E aceito a noite a me abraçar.
Ataques súbitos podem não ter hora,
mas têm duração.
Preciso de poucos minutos para derrubar uma porta
(ou alguém)
E me jogo ao infinito se quiser construir algo,
como meu milésimo oitavo poema.

Feliz dia da poesia, que é, na real, todo dia! Abraço, até breve!

terça-feira, 13 de março de 2012

Sarau com Café 2012



É bom voltar; é bom quando as pessoas sentem de verdade aquilo que fazem, quando sabem da importância de algo e trabalham juntos para o bem maior. É bom voltar quando sabemos que seremos bem recebidos, mas que mesmo assim devemos nos empenhar para fazer cada vez melhor e para trabalhar com as nossas almas para o público. Mas o bom mesmo de voltar é não saber ao certo o que o caminho trará e enfrentar as novidades como deve ser.
A volta do Sarau não é novidade, mas é um prazer a cada ano. Voltamos com novas ideias, novos entendimentos, novos projetos e novos parceiros! Aguardem e participem conosco dessa aventura. Aproveitem, o mundo ainda não acabou!

Forte abraço, até breve!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Quando o carnaval acaba

É tanto amor,
É tanta dor,
É tanto sentimento gasto em vão.
Sinto tanto, tanto,
Tudo junto.
Penso que posso explodir!
Aí, BUM!
Nasce o poema.
É quando recolho meus cacos
cheios de sangue do chão
(pois eu sambo em cima deles!)
e escrevo,
costurando uns nos outros;
caquinho com caquinho.
Uns brilhando ao sol,
outros teimando,
querendo voltar a sentir.
Mas o que passou, passou.
São retalhos,
remendos numa memória viva.
Vivo.
E de vez em quando me cubro com esses mantos
quando o frio vem.
Sinto nova frente fria.
Mas jogo a manta no chão,
Sacudo a poeira antiga,
Sinto tudo novamente.
E crio novos brilhos.
Eles podem quebrar,
ou não.
O carnaval vai passar, eu sei,
Assim como tantos amores.
Mas de verdade,
só dessa vez,
eu queria preservar o que sinto.
Num sorriso meio disfarçado,
Num olhar que foge pro lado,
mas que volta,
pois só assim é que ele pode brilhar.


Ok (suspiro), até breve!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A gente tenta, né?! Fazer o que?! Vida bandida!

Eu nem escreveria hoje, mas essa frase me incomodou e tive que falar! Vamos analisar com cuidado a ideia:
A gente tenta - a gente sempre tenta, tenta, tenta mais um pouco e antes do último minuto ainda dá uma olhada pra trás pra conferir mais uma vez, mas nem sempre dá certo. Dá muitas vezes errado. Nem sempre errado, mas diferente do que queríamos. Ok, vamos ver pelo lado positivo, pelo menos se aprende. Que nada! Na hora dá uma raiva danada, a gente manda tudo a merda e quer mais é matar os que vierem te falar do lado positivo! Lado positivo é quando dá certo! Simples! Depois, com muita calma conseguimos respirar e ver melhor, mas isso é pra depois!

Fazer o que?! - Me diz? O que? Espernear, gritar, xingar a mãe do cara (ou da guria) e praguejar a todos! Ok, mas isso não resolve nada. Eu sei o que resolve! Álcool. E não é nada incendiário da minha parte, é trago mesmo! Vamos beber! No final das contas (que podem dar bem altas até o final da noite) tudo vira piada com amigos e bebida! Rateei? Fiz besteira? Esqueci de algo imperdoável? Ah, não dá nada, me serve uma vodka com suco de laranja vai! Bem Bukowski mesmo! Vamos acabar com a dor e o sofrimento agora mesmo!

Vida bandida - Eu poderia estar agora com os pés na areia, tomando uma gelada e vendo o mar, mas não, estou em frente a um computador, passando frio, pois o ar condicionado está exageradamente ligado e ainda por cima morrendo de fome! Porém isso a gente resolve. Só que a vida é muito mais do que isso, é muito mais do que caprichos bobos, muito mais que uma decepçãozinha, tem que se virar e logo, olhou pro lado, passou meu filho! Os bandidos somos nós que perdemos tempo, perdemos oportunidades, deixamos de conhecer por vaidade ou preguiça. A vida supostamente bandida está aí, quem atua bem ou mal em seus devidos papéis somos nós!

Vamos juntar tudo agora: a gente tenta, fracassa, cai, chora de se arrebentar, bebe todas como desculpa e ainda culpa a vida! Ah, acorda vai!

Uma boa tarde quente para todos e até breve!