quarta-feira, 4 de abril de 2012

Para um pré-feriado fica bem bom citar um boêmio.



Maquiavel é um dos escritores mais maquiavélicos (sério?!) e devassos de que se tem registro. E o que torna Maquiavel respeitável é justamente sua imoralidade, vale perder alguns minutos e tentar entrar nessa mente. E pra provar que até os obscenos amam, vai esse golpe de escrita:


Quando um dos melhores amigos de Maquiavel, Vettori, pediu conselhos a respeito de um caso amoroso, Maquiavel foi explícito:

"Lembrando o que as setas do Amor me causaram, sou obrigado a lhe dizer o quanto tenho lidado com ele próprio. De fato, eu o deixo fazer o que ele gosta e o tenho perseguido por colinas e vales, florestas e planícies; descobri que ele me concedeu mais encantos do que eu poderia atormentá-lo para ter. Portanto, tire o arreio, remova o cabresto, feche os olhos e diga: "Vá em frente, Amor, seja meu guia, meu líder; se as coisas acabarem bem, o prazer te pertencerá; se acabarem mal, a culpa é tua, eu sou seu escravo."



Agora, vai saber o que era o tal de "amor" dele. Mas como até hoje ninguém sabe bem ao certo o que é o amor (e tantos se enganam nessa hora!), fica a questão aberta à interpretações, como tudo na vida e como boa parte da obra de Maquiavel e de tantos outros.

Já citei o boêmio da vez, então deixo vocês a sós.
Bom feriado e até breve!

PS: Na foto, retratando o "amor", membros dos Jokers, gangue de Nova York, nos anos 50. Foto de Bruce Davidson.

Nenhum comentário:

Postar um comentário