sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Encontro


Eu viro,
Disfarço,
Mas já ouço o destino chamar
Entendi o que devo fazer
Mas olhei para o alto e assoviei
Fiquei parada
Parada como há tempo estou
E assim fico o quanto puder.
Mão no bolso,
Acho um bilhete
Uma passagem antiga
O destino me agrada
Talvez eu pegue novamente esse ônibus
É quando eu ouço a canção certa
Até o destino esquece de mim ao ouvir
Certas canções enganam até o tempo
A poesia tem disso
Não tem tempo,
Não tem rédea
Acontece e ninguém segura
Até parece amor!
Eu aproveito e fujo
Deixa o destino esperar por mim
Quando a música acabar estarei longe
E ele, perdido.
Mais uma vez escapei do destino
Não sei quantas vezes mais escapo.
Enquanto puder, disfarço
Não me entrego ainda não
Não conheço meu destino
E nem quero conhecer
Um dia paro e conversamos
Agora vou tomar um ar (num bar)
longe daqui.


(A imagem faz referência a Salvador Dali, é uma cena da animação "Destino", de 2003, que utiliza a obra de Salvador Dali e John Hench. Fica aqui minha lembrança a Dali, que daqui ou dali também enganava o destino.)

Um abraço e até breve!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Viajando aos passos

Ainda não conhecemos formas de viajar no tempo, a não ser através da memória. Assim, ontem, viajando, encontrei esse poema. Ele foi escrito há algum tempo, alguns anos já, mas é atual como se tivesse sido escrito ontem mesmo. E talvez tenha mesmo sido escrito.


Mais um passo


Se ao procurarmos o belo

Vemos o intrincado

Se ao buscarmos a harmonia

É a melancolia que nos invade

E, por fim, se quisermos a companhia

E tivermos a solidão,

Aceitemos nosso destino.

É a partir do caos que se dá a ordem

E viver no caos pode ser motivador

Não achamos a solução sem saber do problema

Ao ordenar o caos, acharemos nosso mundo.

Mais um passo

e deixamos de temer o escuro

Mais um passo

e abrimos o portal selado

Mais um passo

e a quietude nos conforta.

O que é da luz para a luz.

O que é da noite para a noite.

O que é do homem para o próprio.

O que é divino para mim.

No universo tudo é próximo,

O homem que criou as distâncias.

Diferenças até existem,

Mas dependem da vista que o homem tem do ponto.

É hora da cura,

A doença dominou o mundo.

Se os fins justificam os meios

São as frações que nos completam.

Símbolos perdidos,

Mensagens cifradas,

O homem sempre tentou esconder-se

Ocultar sua face do medo

Do medo da dificuldade,

Do medo da melancolia,

E mais ainda da solidão.

Mas é quando a luz abre seus olhos,

Que o homem sente.

Então se esquece dos medos.

Ao sentir, ele se enche de sabedoria.

Mais um passo

E a caminhada continua.



Um abraço, como ontem, como hoje e como poderá ser amanhã ou totalmente diferente, enfim, até breve!