sexta-feira, 15 de junho de 2012

A estrela torta da noite

O traço não coordena
E não fecha a estrela
Deve ser o céu nublado
Ou o frio que me impede de abrir a janela
A noite segue injusta
Frio nos pés
Frio nas mãos
E mais no coração.
Traço torto
Entorta tudo.
Ideias que seguem uma linha imaginária
A linha não é torta,
a linha sequer existe.
Linha que tricota e borda
Não pinta,
só borda.
Às margens de algo inimaginável.
Imaginem o azul,
numa noite sem estrelas,
Fria.
Estupidamente escura e fria.
Congelando planos,
atos e desatinos,
nunca as ideias
Que, loucas, surgem em poemas soltos
Presos pela linha que não existe.
Uma costura de ideias vãs
Perdidas numa noite solitária
É a velha solidão que me acompanha
Há anos é a solidão que lê os meus poemas
Lê e compõe em co-autoria
Eu tenho o traço torto
A solidão pega em minha mão
e escreve
Acariciando meus pensares
com sua frieza tentadora.
Ó doce solidão, não me abandone nunca mais!

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