sexta-feira, 13 de maio de 2011

Deslizamentos do tempo

Um segundo.
Um segundo que pareciam horas.
E há horas eu já não sentia
o que aquele dia me fez sentir.
É que tudo um dia parte.
Vai embora, parte em dois
E cada lado se separa.
Norte e Sul afastam-se
Não sei qual a direção
que aquele sentimento tomou.
Se partiu de barco ou avião.
Ele foi
E não existem mais chances de voltar.
Sobraram os sinais dele
Escritos pelo avesso no passado.
Provando que tudo muda.
Até a certeza da própria mudança.
Pois, quem sabe eu tente...
Quem sabe eu conserte meu velho relógio cuco
e tente voltar no tempo.
Será que o sentimento volta?
A cada volta dos ponteiros
um sorriso ou uma lágrima.
Dois segundos.
Foi o tempo que durou
o velho sentimento que voltou.
Voltou e novamente partiu.
Pois, como já se sabe,
Tudo um dia parte.
Tudo muda.
E deixa muda uma voz
que antes falava alto.
E contava.
Contava nos dedos das mãos
Os segundos que teimavam em não passar.
E hoje passaram.
Até demais.
E sem volta.
Adeus, meu relógio cuco!

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