quarta-feira, 27 de março de 2013

Na paz




       O homem ainda não entendeu quase nada sobre a vida. Sacamos muito de evolução e genética, mas a vida em sociedade ainda nos é estranha. Muitos vivem apenas para manter as questões óbvias, comer, se hidratar, habitar um lar, manter família. Outros vivem porque é o mais lógico, apenas continuar o que nossos pais iniciaram, muitas vezes sem sequer quererem. Mas se olharmos pro lado veremos mais, veremos bem mais que nosso próprio umbigo, bem mais que nossa própria bolha. Sim, existe um mundo aqui ao lado e ele tem muitos como nós. Como nós ou bem diferentes de nós. Sim, diferenças existem, mas elas somem se olharmos mais profundamente.
       Viver bem exige mais que simplesmente se manter e manter as contas em dia e a casa limpa e o cachorro escovado e o jornal em cima da mesa. Viver bem exige que todos possam viver. E tome “viver” pelo que bem quiser, pois viver pode ser simplesmente existir (como se existir fosse realmente simples! Ah, pensamento humano diminuto!) ou construir castelos, sejam eles de areia, concreto ou páginas de cartas de amor.
       E mais, viver bem deve ser coletivo. Para que um possa estar bem, é necessário que todos ao seu redor e também os ao redor deles e os ao redor dos outros também, possam estar bem; sorrindo ou não, mas bem, com o coração em paz, com os passos calmos, com a mente leve. Não basta estar feliz sozinho, a felicidade deve ser mútua, deve ser contagiante e ela é contagiante. Problema é quando a pessoa que a recebe está fechada. E muitas coisas podem fechar alguém, problemas vêm de todas as partes. O segredo é a forma como reagimos a eles e damos um jeito de continuar e tentamos, da forma que der, sorrir ou continuar a caminhada.
       Viver bem exige o bem. Exige pessoas de bem. Exige que todos entendam suas próprias limitações e saibam lidar com elas e não permitam que descuidos cotidianos tirem a paz que reina no bem entre as pessoas. Viver é fácil, difícil é manter o controle.
       
Pois, já desejando uma boa Páscoa a todos, deixo essa reflexão aqui. Não sabemos direito o que ocorreu na Páscoa, sabemos o que livros, traduzidos de forma duvidosa e contada por gente igualmente duvidosa, nos contaram, mas sendo como foi, essas histórias mexem conosco, mexem e desestabilizam a paz interna da qual eu falava antes. Se a história realmente fez com um homem da paz o que se conta, bom, ficarei bastante abalada, quase a ponto de desmanchar meu sorriso e chorar de dor e pena de quem algum dia invadiu várias bolhas e quebrou o amor que reinava. Mas a gente continua, por um motivo ou outro continuamos.

Um bom feriado, boas reflexões nessa Páscoa e que a paz e o amor estejam sempre ente nós. Um abraço e até breve!

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