quarta-feira, 30 de abril de 2014

Duvidei!

Pois colorir a vida
e escrever caminhos é o que faço
A poesia é a forma de duvidar.
Duvido de tudo que existe
E pra mim nada se concretiza
                             enquanto eu não provar.
É assim que funciona
Quebra um lado,
Conserta o outro.
Os caminhos nasceram turvos
Basta que a gente saiba trilhar.
Não me ensinaram a regra do jogo
Só me disseram pra jogar.
Eu, solta pelo mundo,
me pus a duvidar.
Duvidei de dois ou três
Quatro me provaram de cara.
Me disseram "segue a linha do horizonte"
Aquela linha longa que nunca para.
O mundo então é redondo
Alguns me disseram "sim"
Até disso duvidei
Quando vi a lua é que dei por mim,
Sombra curva no céu
A lua, a Terra sombreia
E eu aqui parada,
rindo de zombeteira!
Quando me ponho muito a pensar
Já sei, lá vem poema
Então corro pra caneta e papel
E deixo o coração vazar.
Já era pra eu ter aprendido,
poetisa não tem caminho certo.
Certo é caminhar
com papel, caneta e dúvidas no lugar.
No lugar de que?
Na mão, na bolsa
              ou no coração?
Em todos os lugares
e em lugar nenhum.
É que eu duvido também do ar.
Vai que ele sopra
e leva meus poemas pra outro lugar?!
Mas é para o mundo que escrevo
Então deixo o vento ventar.
Deixo a água correr
E essa caneta azul deslizar
                             papel abaixo.
Correnteza forte,
Fluxo de palavras
E emoções à prova.
Junto tudo bem pertinho
Passo a mão nesse poema.
Sorrio de leve, de cantinho.
E deixo o vento levar.
Hoje eu duvido é do meu juízo.

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